terça-feira, 5 de junho de 2012

What If



“  ‘What’ and ‘if’ are two words as nonthreathening as words can be.
But put them together, side by side, 
and they have the power to haunt you for the rest of your life.
'...what if?...what if?...what if?...'  
                                                         (Letters to Juliet)

Cada lembrança que é trazida à tona desperta um tipo diferente de nostalgia, mas o tipo de lembrança que mais dói ao ser remexida é a lembrança do que não foi, da oportunidade intocada, da chance que você desperdiçou por não ser obstinado o suficiente, aquela que foi embora enquanto você estava sentado no sofá.
Ficar se perguntando a que caminhos você poderia ter sido levado se alguma atitude tivesse sido tomada de maneira diferente, se tivesse sido olhada por um ângulo diferente, pode te mergulhar em um estado de torpor permanente, onde seus sonhos o envolvem e o afogam em um mar de ideias frustradas e escolhas mal correspondidas.
A agonia de ter a ciência que todas as falhas e dissabores que hoje se fazem presentes em sua vida são fruto de impulsos mal calculados, que não podem ser atribuídos à outra pessoa que não seja você, te arrasta continuamente pela borda da perspicaz e familiar depressão, que lhe estende os dedos, sedutora.
A cada volta do relógio você se sente mais impotente, acorrentado à impassibilidade que se instalou silenciosamente, sufocando com a densidade do ar. 




Um comentário:

  1. Não existe um motivo para algo não ser, não ter acontecido. Basta - e simplesmente - não ser e não ter acontecido.

    E se?

    E se o que nos falta é, na verdade, o esquecimento do que não foi ao invés da lembrança do que poderia ser? Parece-me ser necessário superar cada momento - e todos eles - com o esquecimento.

    Como eu escrevi uma vez...

    “A superação vem da capacidade mais própria de seu profundo esquecimento. Um esquecimento tão forte para que se possa viver a mesma experiência de novo, a vida como um todo, como se fosse da primeira vez.”

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