segunda-feira, 4 de junho de 2012

irmão.



Encarando a folha em branco, tentando entender sentimentos desconexos, comparando situações, tentando encaixar inutilmente esses pedaços de alma.
Entre nós nunca se fizeram necessárias as explicações, tudo estava lá e num olhar era entendido. Palavras se faziam cada vez mais desnecessárias, uma vez que um gesto carregava o significado de milhares delas, trazendo sorrisos e desgostos junto com o silêncio da cumplicidade.
Com o tempo, a distância se transformou em uma realidade fria, injusta. Sempre soubemos que este dia chegaria, mas o ignorávamos, fingíamos que nunca existiria. Mas silenciosamente essa distância se instalou, trazendo desgastes desnecessários, trancando vários sorrisos em um porão.
Mas se eles pensaram que uma pequena ventania iria desgastar-nos, com toda a certeza perderam tempo. Está tudo gravado aqui dentro, como os apaixonados gravam nas árvores iniciais entrelaçadas, está aqui dentro junto com todos os clichês não falados. Como já foi dito, essas algemas invisíveis permanecerão, porque nunca permitiremos a injustiça de separar dois irmãos.


Para Guilherme Gomes dos Santos.

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