quinta-feira, 30 de agosto de 2012

noite.

Quando as luzes se apagam e chega a hora de ajeitar as cobertas mais para perto do corpo, quando o medo sussurra gentilmente em seus ouvidos e te abraça com garras macias, é o momento em que as lembranças começam a criar vida e movimento. Começo a procurar entre as partes despedaçadas da minha alma o primeiro sintoma de que algo estava errado, quando a realidade deixou de existir para se transformar neste cruel pesadelo.Me vejo em uma dança doentia, sem saber dizer o que machuca mais, o antes ou o depois. A privação de sono misturada com a nuvem que bloqueia minhas funções motoras fazem com que eu não consiga identificar o que é real e o que é fantasia, aumentando a velocidade dessa dança, me deixando cada vez mais vazia.
E é vazia de mim que começo a assimilar os fatos e a me responsabilizar pela frieza de todas essas atitudes, que são como o sangue que pulsa sob a ferida fresca, ardendo enquanto a lâmina ainda repousa sobre a pele e você se amaldiçoa por não ter tido a coragem para cortar fundo o suficiente.

domingo, 26 de agosto de 2012

onde se perdeu a fé cor de Carmim?


Mais uma vez me desfaço nesse familiar estado de melancolia, tento escolher bem as palavras para não passear pelos assuntos que rondam minha mente a cada minuto, me contradigo e me escondo de mim dia após dia.
Percebo o quanto é inútil me confortar, ajustar a máscara de Mulher Maravilha, evocar o brilho nos olhos que se encantam com a falsidade de palavras envenenadas, obviamente ensaiadas, que estão presentes no meu repertório sem fim.
Conceitos foram despedaçados em tão pouco tempo, poderei eu colar os cacos que insistem em me ferir? Me pergunto onde se escondeu a expectativa deslizante, a euforia dançante, a fé cor de carmim...
Paixões da alma, emoção do espírito, será que a ilusão um dia há de vos entregar? Todos esses segredos presos, os desamores concentrados nesta massa dentro de ti. Liberte-os, garota! Não vos deixe aqui.
 Decisão imatura de quem se julgou tão especial. Mártir de sua própria crença, desisti de hesitar ao me manifestar. Mas algo não se pode negar.. além de todos os covardes de coração uma dama aceita ir, lutar por seu objetivo, abraçando o risco que se mostra em forma de brisa gélida por seus cabelos. "Vamos gozar dos covardes, aí."




Obs:. A última parte deste post foi escrita quando eu estava completamente dopada de remédios para dormir, por isso não faz muito sentido.  Mas decidi não apagá-la.. a semi-consciência pode revelar coisas interessantes...