A cada minuto as lembranças doces parecem ficar cada vez
mais longe de minhas mãos. O céu nublado e o ar gelado em meus pulmões fazem
meu sangue pulsar pesadamente. Posso ouvi-lo em meus ouvidos, sussurrando
palavras que eu finjo não conhecer.
Quando olho para trás, não consigo identificar qual foi o
momento em que meu caminho foi distorcido desta maneira. Cicatrizes recentes,
ou inscrições antigas, não importa. O que se faz presente agora é a angústia de
ter me perdido assim. Como fui parar tão longe de casa? Como pude permitir? A
menininha loira de olhos curiosos se foi. Só restou este buraco dentro de mim.
Ter a própria identidade roubada me leva a extremos de
inquietude. Anseio por mudança, semeio impotência, apenas rezo para que algo
mude. Mas juntar as mãos e fechar os olhos não tem mais sentido algum, uma vez
que a inocência que me fazia acreditar se esvaiu.
De qualquer maneira, ainda espero por um despertar. Por um
insight que direcione atitude, que me arranque dessa rede de mentiras, que
traga de volta aquela menina.
Interessante...
ResponderExcluir