Essas múltiplas personalidades brincam e fazem cócegas em
seus pensamentos, sussurram e riem de você. Essas crises te fazem chegar à
beira da loucura, você não sabe mais qual personalidade escolher. Acreditou a
vida toda ser quem queria, fazer o pretendia, gabando-se do seu maravilhoso
ser. Sente até medo de se descrever e mentir ao fazê-lo, como tantas vezes o fez,
achando ser Alice, quando não passava de um mero coelho.
Olhe para dentro de si. O que você vê? Esse buraco vazio,
você vai encher de quê?
O que fazer com as contradições que se teceram ao seu redor?
Sei que só gostaria de ter a chance de escolher, experimentar novamente o gosto
de poder ser inconstante, flutuante e não poder.
Tornou-se apenas um personagem sem contraste, alguém por
quem se passa direto, sem nem ao menos julgar. É irônico pensar que só queria
ser diferente, gritou a plenos pulmões que nunca iria se igualar, acreditou que
poderia manter-se motivado, em constante movimento, ajudando o mundo a girar.
Pobre rapaz.
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