Dissolvendo, desintegrando, corroendo, e todas essas coisas
que acontecem enquanto algo acaba.
Essas coisas sempre acontecem comigo. Um sopro de vida,
palavras sonoras e agradáveis, o brilho no olhar e depois, o nada. O vazio em
minhas mãos só é preenchido pelo calor de uma xícara de café.
O sorriso que vem fácil, a alegria fulgaz, a sensação de sangue
correndo rapidamente pelas veias. Tudo isso me traz de volta uma hora ou outra
ao bonequinho de massa que sempre fui. A mente astuta que não se deixa enganar,
mas que deseja se deixar levar, se aprisionar e viver mil contradições ao amar.
Se quiser um conselho, vou lhe dizer: não me tire do limite
da razão, não permita nem por um segundo que eu saia da beirada do abismo, não
deixe aliviar a pressão, me irrite, me enlouqueça, dance comigo por noites e
noites sem deixar que o dia amanheça. Pois com ele vem a calmaria que turva a
minha visão, me envolve em névoa fria, devolvendo meus pés ao chão.
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